27 junho, 2011

O ingês indígena que queria descobrir seu passado.



Livro mistura ficção e fatos reais entre a Europa e reserva indígena dos Yanomanis


Com um sobrenome desses, o inglês Daniel Tukano não conseguia esconder nem esuqcere o fato de que suas origens não eram ecatamente européias. Filho de uma índia brasileira e de um médico inglês, ele foi criado na Inglaterra esperando que um dia seu pai respondesse aos inúmeros questionamentos do jovem rapaz. Ele sabia que sua mãe havia morrido no Brasil e nada mais que isso.


A pele morena, o estilo exótico e as indagações dos amigos o impulsionavam ainda mais a conhecer suas origens. Quando o grande dia chegou - e enfim seu pai teve a coragem de desvendar alguns mistérios -, Daniel soube que tinha uma irmã gêmea, criada pela mãe e que ambos nasceram numa reserva indígena dos Yanomanis. Por conta dessa cultura só um dos dois filhos deveria sobreviver. Quando seu pai viu que Daniel seria morto fugiu com ele para a Europa. Ficou ainda mais surpreso ao saber que sua mãe havia sido uma das vítimas no Massacre de Haximu, ocorrido em 1993.


O livro que conta essa saga, Órfãos de Haximu, de InÊs Daflon e Maria Lúcia Daflon, com ilustração de Joãocaré, mistura ficção e fatos reais e convida o leitor a mergulhar na floresta sob a visão do jovem antropólogo em busca de autoconhecimento no dia a dia de uma aldeia Yanomani - e de uma verdadeira nativa, sua irmã Nape, que aproveitou as oportunidades que teve de viver em outras reservas indígenas, e de estar nas Guianas e na Inglaterra, para lutar ainda mais pela causa dos índios.


Além do Massacre de Haximu, quando os indígenas foram mortos por garimpeiros, a trama ainda fala de outro fato recente: a disputa na reserva Raposa Serra do Sol, em que, após anos de polêmica, o Supremo Tribunal Federal deu, em 2009, ganho de causa aos povos indígenas.


Um dos destaques da obra são as ilustrações, inspiradas no universo gráfico dos Yanomanis.

Nenhum comentário: